27 setembro 2005

PP

Prima Paula. Esta Prima eu conheço desde sempre. Quase irmã. É a mulher do pintor.
Tem muitos talentos. Muitos deles esquecidos, mas um dos mais evidentes é estar a criar dois miúdos porreiros. O primeiro deles aturei algumas birras, mudei algumas (muito poucas) fraldas. Já é um puto grande, com ideias de fazer piercings e estudar longe de casa. Em Lisboa. A independência está a caminho.
A miúda já é outra história. A minha vida mudou, e não pude aturar tantas birras. Mas falávamos muito pelo telefone, até ela querer. De repente deixou de querer e nunca mais lhe ouvi a voz.
A Prima P (ou PP) é que me aturou muito. Coitada. Temos 10 anos de diferença. 10 anos esses, que já lhe davam autoridade para me mudar fraldas. Marcou-me para sempre com um sinal. Assinalou a sua presença, sim porque na altura a Dodot ainda não existia, e fraldas eram mesmo as de pano e eram presas com os famosos alfinetes.
A PP foi acompanhando a minha vida. Tanto assim é que tem consentimento para ser “tia” da Carocas – não é para todos que a minha irmã é uma fera. E eu lembro-me das férias com ela. E eu lembro-me de todas as vontades serem feitas aqui à menina. Lembro-me de passar tardes de Verão no Tété a lanchar umas sandes de queijo feitas pela PP e a ver o Verão Azul. Lembro-me das férias no sul de Espanha. As minhas infinitas birras para ela me ler “Os Cinco”. Como ainda não sabia ler, era ela que me relatava as aventuras. Na altura eu gostava mesmo era que ela lesse. Claro que também gostava dos Cinco. Porque tinha um pavor de cães, o Tim, sim o cão dos Cinco, era uma bola de futebol dentro de um saco de plástico e com um cordel atado. Era o meu cão. Nas férias em Espanha, o Tim tinha à porta de casa uma tijela com água. É que os verões eram quentes.
Depois a PP começou a namorar, na idade que as miúdas começam a namorar. Eu a fingir que via um livro e ouvi a novidade contada por meias palavras a outra prima amiga. Perguntei. Fizeram-me jurar que não contava a ninguém, e a contar só a alguém de extrema confiança. Eu jurei, eu prometi.
Para mim uma pessoa de extrema confiança é decididamente a minha avó (tia da PP). E claro que lhe contei logo. Mais tarde percebi porque é que ela era a última pessoa a que deveria contar e porque é que era conhecida na família como a “capitão”. Para mim era a minha avó e bem boa por acaso, fazia-me as vontades e as frases começavam sempre: “mas se a menina....”, normalmente seguida de um quer/gosta/tem. Hoje oiço essa frase da boca de outros avós....e percebo os nervos da minha mãe.
A PP passou pelas suas fases. Muito gozadas pela minha mãe (prima mais velha). Aliás PP assentava-lhe como uma luva nos idos anos 80. Agora já não. Já é uma quarentinha. Já sabe da vida.
A PP é a minha prima, e a minha irmã. Levava-me de férias mais tarde com o namorado. Pintou-me t-shirts, estampava tecidos (mãos de ouro aquelas...fazem tudo), fazia-me os trabalhos de casa da disciplina de trabalhos manuais, dava explicações de matemática. Aturava-me até à exaustão. Agora, todos os fins de tarde atura a minha filha. Com uma paciência infindável. Este ano não lhe dei os parabéns no dia dela. Desculpa. Mas obrigada PP, e já agora obrigada pelo anel da Carocas e pelas vezes que abdicaste da tua cama e ias dormir num colchão no chão porque a menina tinha que dormir bem.

(um dia vai haver um post só para o anel.
O pintor sei eu que chora, será que a PP também?)

Ausência





Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.

Sophia de Mello Breyner Andresen





Sophia de Mello Breyner, por Arpad Szenes

22 setembro 2005

Agora

as autárquicas depois as presidenciais....e eu já tenho um globo terrestre para escolher um país para emigrar.

Autarquicas II



Eu gosto muito das campanhas eleitorais. Gosto muito dos tempos de antena. O relógiozinho no canto superior direito dá-me adrenalina, e penso: ai que o senhor não vai acabar o discurso.... faltam 3, 2, 1 e acabou.
Gosto. Pronto. E adoro as terras nestas alturas: muita obra, muito passeio a ser recuperado, muita placa amarela com a palavra Desvio.
Mas nada melhor que os outdoors...as caras, as cores...enfim. E agora descobri isto. Vale a pena ver estas pérolas do Portugal no seu melhor.

Autárquicas I

A Fátima Felgueiras voltou. Não sei se foi apanhada ou se se entregou. Não fica presa preventivamente. Vai concorrer à Câmara Municipal. E parece que está tudo bem.
O Isaltino não tem apoio do PSD, o Valentim também não. Os dois têm processos em tribunal a aguardar julgamento. Concorrem para fazer mais pelos seus ricos concelhos.
Estão a ver estas pessoas? altruístas....meu deus, coitadas. Sacrificam assim as vidas, expõem-se assim, só porque sabem que as suas terras não podem sobreviver sem eles. E estão empenhados pela causa pública. Coitados. Tanto sacrifício, tanta coisa contra. Vítimas dos seus próprios irmãos. Não sei porquê só me vem à boca esta frase: sede de poder....não sei porquê. Taditos.

21 setembro 2005

Mai nada

E vistas as coisas desta forma parece simples, não é?

Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se há vida em ti a latejar

Ver-te sorrir eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será de ti ou pensas que tens...que ser assim?...

Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver

Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se há vida em ti a latejar

by António Variações

Mudar

de casa.
de emprego.
de corte de cabelo.
Ah pois é!

Ainda

estou à espera deste DVD. Um filme referência da minha juventude ...


(ó pai da Carolina....é preciso ser mais explicita????)

Dor dos outros

Li algures que o Helder era um rapaz que morava em Setúbal e estudava em Lisboa. Foi em Maio. Esperou que a mãe saísse e premiu o gatilho. Deixou a sua despedida aqui.
Parece haver alturas que não dá mais. Mas quem se suicida, será que quer mesmo a morte, ou quer OUTRA VIDA?
Há dias de desespero. Por aquilo que se lê foram apenas dias, não semanas, não meses, não anos. E penso: será que ao escrever para a blogosfera não terá sido um pedido de ajuda? Só que ninguém respondeu.
Há ainda (e sempre) muitos jovens a morrer por amor e/ou de amor. Há dores que por serem novas e tão vividas parecem insuportáveis, intrasponíveis. Fiquei sem palavras.

19 setembro 2005

Tudo e tanto

Tanto para dizer, mas a não poder.
Falar por meias palavras é uma característica inerente à mulher, segundo o manual dos manueis, que é como quem diz, dos homens.
Vamos ver se eu me contenho eu não digo para aqui todas as minhas ansiedades.....
Só que é amanhã, à tarde, e quem sabe se a minha vida vai mudar...outra vez...

15 setembro 2005

Para uma amiga

Estávamos a falar no MSN e lembrei-me de escrever isto:


São os teus abraços que me deixam quente
São os teus braços que me machucam de ternura
São neles que me lembro do que passámos
São neles que estou hoje
São neles que me atormenta o futuro

Porque tu não queres abraçar o futuro

Ainda é cedo
para pensar
ainda é cedo
para partilhar
ainda é cedo
para sonhar
ainda é cedo
para nós

E eu volto para os teus braços porque ainda assim são eles que me dão o calor, a ternura.

Um dia
vou estar nos teus braços, suspensa, como tantas vezes estive
e olho para o chão...
e vejo que não é o mesmo chão que tu pisas
o meu, fugiu...desapareceu
eu já não o tenho
aliás eu nunca o tive.

Porque tu, nos teus abraços, levaste-o. E eu ando a ver se o encontro. Será que algum dia me podes devolver o chão?

(desculpa ter metido esta colherada na tua vida...)

Ventos, ou melhor: Brisazinha

Bons ventos os de hoje.
Boas notícias a seguir ao almoço.
Boa digestão, a minha.
A ver vamos se dentro em breve vos posso contar. Por enquanto, e depois de muitas portas fechadas (até a da possível nova casa) pode ser que hoje se tenha aberto uma janela...

Apetece-me repetir o que escrevi há uns tempos:

A vida corre ao sabor do vento e, por vezes, o vento empurra-nos para a vida.
Por vezes, quando menos esperamos, aparece uma rabanada de vento que nos empurra, que, qual ciclone, nos transforma a vida. É tão simples!

É oficial

o espaço já está reservado, a renda está em dia. Agora ainda estamos a pôr a mobília e a pintar as paredes, mas acho que a partir de amanhã....a Carocas já terá o seu blog.

Estou aqui a pensar

em criar um outro blog só para a Carocas. Este aqui tem dias cheios de dores. Criando um bloguito só para ela, assumia de vez a minha faceta de mãe babada...e era um blog exclusivo da minha cor maior.
Mas será que depois dou conta dos dois?!

14 setembro 2005

Pai e Mãe, Mãe e Pai

Às vezes tenho inveja das mães que leio nos babyblogs.
São mães dedicadas, mães cansadas, mas mães dedicadas. Hoje, num desses blogs li algo, e pensei: a minha filha nunca me vai fazer isto.
A mãe em questão tem 2 filhas e uma vida cheia: trabalho, estudos, casa e afins. É sempre ela que adormece as 2 filhas. Mas naquela noite teve que dar uma atenção especial a uma das filhas e o pai adormeceu a outra. Segundo a mãe, foi muito rápido a adormecer a menina. No dia a seguir, quando a filha estava a acordar, a mãe repara que a filha estava abraçada a um casaco da mãe. O pai comentou que ela tinha adormecido agarrada ao tal casaco. E assim dormiu a noite toda.
Eu acho que isto nunca me vai acontecer. Ainda não sei se digo com mágoa ou não.
Acho eu que as tarefas devem ser divididas. Os bebés têm que estabelecer também uma relação com o pai. Mas lá em casa, devido a inúmeras razões, sinto que a minha filha me foi “roubada”. Sou sempre eu que lhe dou o jantar, mas antes disso é o pai que lha dá o banho. E nessa rotina eu não me meto, a pedido do pai. Segundo ele é o momento deles. Eu achava bem quando estava a ser mãe a tempo inteiro.
A seguir ao jantar é a hora de a adormecer. O pai encarrega-se disso enquanto eu faço o nosso jantar. E tantas noites fico sentada à mesa da cozinha sozinha, e a pensar: vou lá eu. Ele janta e vou lá eu. Mas não, que a desperto e depois é pior....
E fico. À noite aterro tantas vezes no sofá. E é o pai que a ouve à meia-noite para tomar o biberão. Ele acorda-me, eu dou-lhe o biberão a dormir. O pai fica com ela para adormecer na sala, eu vou-me deitar. Nos últimos dias, o pai vê-me tão zombi que diz: vai-te deitar que eu dou-lhe o biberão. E eu vou.
A meio da noite é ele que salta primeiro (tantas vezes eu penso, ela vira-se e adormece, mas quando vejo, já lá está o pai).
No fim-de-semana eu vou de manhã às compras o pai fica com ela, muitas vezes acaba por lhe dar o almoço porque eu me atraso. Quando volto está na hora de fazer o nosso almoço, o pai adormece a menina.
Tudo isto são rotinas que foram criadas quando eu estava em casa e muito cansada. E aproveitava todos os bocadinhos para o pai e a filha construírem a tal relação próxima. E lá o fizeram. Tanto assim é, que quando há conversas com a minha mãe sobre a minha filha, das manhas, dos miminhos e da forma melhor de a adormecer....eu digo que sim, mas não sei como é. Há tanto tempo que não a adormeço, que não sei como é. E tanto assim é que ela comigo barafusta sempre. Eu sou a das brincadeiras. Acho que tenho o papel de pai, e ele de mãe.
Tanta gente, tantas vezes me vem dizer, que sorte, ele é impecável com a filha. É um pai galinha. Faz tudo por ela. Até te tira a menina e adormece-a .
Nos dias de semana estou com a minha filha quando lhe dou o jantar e quando o pai vai passear o cão.
E tantas vezes eu penso: que boa mãe dá este pai......
E que pai ausente é esta mãe.

Calmaria

Subitamente o silêncio. Deixei de ouvir, de sentir, de ser.
Subitamente a paz.
Era bom, não era?

Recadinho

Sabes bem como é
As coisas vão acontecendo e sem saber porquê, aparecem as respostas feitas para nós. Não necessariamente por nós.
Sabes bem como é
A vida nem sempre é fácil
Sabes bem como é
A laranja também é amarga e doce e sabes bem ao que sabe.
Sabendo tudo isto também a vida assim sabe bem
Sabes bem que sabes bem

13 setembro 2005

Toca a tocar

Toca devagar
Na pele
Morta
Quente
Insensível

Toca devagar
Nos lábios
Pálidos
Secos
Distantes

Toca Devagar
Nas costas
Das mãos

Toca Devagar
Na barriga
Da perna

Toca devagar
Na palma
Dos pés

Toca devagar
Na bochecha
Do rabo

Toca devagar
Na cabeça
do dedo

Agora podes trocar
Troca devagar
De mão

Troca devagar
De posição

Troca devagar
De toque
Mas toca...

O teu toque
Tudo tolda
Tudo tem
Tanto assim tocas

Que
Onde tocas
Transformas e
Tudo Toca em tudo
Por isso troca de toque e
Toca em ti

Eu sabia...eu sabia...

Your Career Type: Enterprising

You are engertic, ambitious, and sociable.
Your talents lie in politics, leading people, and selling things or ideas.

You would make an excellent:

Auctioneer - Bank President - Camp Director
City Manager - Judge - Lawyer
Recreation Leader - Real Estate Agent - Sales Person
School Principal - Travel Agent - TV Newscaster

The worst career options for your are investigative careers, like mathematician or architect.
Ok, alguém é capaz de informar os empregadores/investidores deste país aquilo que estão a perder?
Caso o façam, por favor ignorem o post que está mesmo mesmo por baixo deste...

E novidades?

You Are 60% Weird

You're so weird, you think you're *totally* normal. Right?
But you wig out even the biggest of circus freaks!

12 setembro 2005

Espreitar

Vale a pena espreitar isto.

A Boneca do Biberão




Acho que a Boneca do Biberão pode vir a ser o Xico da minha filha.
Só há pouco tempo é que a boneca me chegou às mãos. Mas, segundo a minha tia foi comprada ainda eu e a Carocas éramos 2 em 1. Foi ficando esquecida lá por casa.
A Carocas quando a viu fez o ritual recomendado para o tratamento a todos os bonecos: um grande sorriso, braços estendidos, pegar (há uns que merecem miminhos, outros não entram nessa categoria) e claro, um voo directo para o chão.
Mais tarde, em casa, a Carolina repara que a boneca tem um buraco na boca, e tem um biberão na mão....Experimenta o biberão. Experimenta o buraco na boca da boneca e repara que o indicador cabe lá dentro.
A Carolina gosta desta boneca. Fala com ela. Põe a boneca a fazer óóó, mas acima de tudo dá-lhe biberão.
Sabe também chamar pela boneca: braço no ar, para a frente e para trás, género comício do PCP. O pai diz que a culpa é da mãe, porque ensinou a ir ter com a boneca do biberão, com palavras de ordem: corredor até ao fim, a entoar: “boneca do biberão, nós queremos a boneca do biberão....”Braço no ar!!! O Pai diz que a filha vai ser contestatária...a mãe ri e pensa: Tomara...tomara.
Eu sei que a Carolina faz tudo isto à boneca por minha causa, fui eu que ensinei. Também sei que isto é condicionar a educação...porque é uma menina, ensina-se coisas de menina...mas lá que ela gosta da brincadeira, lá isso...
A boneca do biberão irá ter um nome, caso a Carolina assim decida.
Não sei se vai ser o Xico dela. Mas por enquanto é essa boneca que a tira de sítios-onde-não-deve-estar sem choros. É essa boneca que desvia a atenção dos biscoitos do cão (qualquer dia o cão explode com tanto biscoito e bolachas dadas pela Carolina...)
Até ver a boneca ganha aos pontos em relação a todos os outros bonecos lá de casa. Não há cão, urso ou mesmo boneca bonita que lhe ganhe. Claro que os cubos, copinhos, caixas de cartão, comandos, telemóveis (para falar com a bóbó) e revistas são outra categoria que não se pode comparar em termos de qualidade superior!!!

10 setembro 2005

O Xico II




Conforme prometido, aqui está o Xico. Este fim-de-semana fui buscá-lo. Vai ver a Carocas a crescer.

08 setembro 2005

Poesia-Cão

Poesia-Cão

Com que então, coração,
poesia-aflição!
Antes poesia-cão
que é melhor posição.

Já que não és capaz
dos efes e dos erres
dessa solerte mão
que é a que preferes,

meu tolo desidério,
talvez seja mais sério
não te tomares a sério:
reduz-te ao impropério.

Alexandre O'Neill

O Xico

De vez em quando ando por aí a ver os blogs alheios. E já se sabe: blog puxa blog, e qual não é o meu espanto que assim sem mais, dou de caras com o Xico. Olhei bem e vi que realmente não era o meu Xico, mas outro, um primo.

Segundo reza a história, neste caso a memória materna, o Xico foi o meu primeiro boneco. Ficou com o nome de Xico porque foi oferecido pela prima Xica.
O Xico não era meu confidente, eu nunca fui muito de falar para o boneco, pelo menos para este. Nem me lembro de grandes brincadeiras com ele.
O Xico era mais um espectador. Lá estava ele, ora em cima da cama, ora numa prateleira, que me lembre, nunca foi boneco de ir para os baús das arrumações rápidas de brinquedos. Curiosamente nunca o dei, foi sempre ficando.
Era realmente um voyer, deve saber tudo da minha vida. É da família ou daqueles amigos eternos. Está sempre lá. Nem se questiona a sua presença. Quando saí de casa, o Xico ainda esteve para ir viver comigo para o outro lado do rio. Porém, achei que lhe devia a emancipação e ofereci-lhe a estada numa casa só para ele, eventualmente perturbado aos fins-de-semana e algumas férias pelos meus pais, mas ainda assim, como é no campo, tem tempo de sobra para o descanso. Não que ele esteja muito abatido ou gasto pelo tempo (se bem que 32 anos é muito na vida de boneco), o único senão é estar já há uns anos um bocado coxo...

Às vezes sabe tão bem ver que temos um Xico nas nossas vidas. É a almofada da ternura das memórias, doce, quente, cheirosa, familiar.

PS: Obrigada Anna, o primo do Xico, relembrou-me que está na altura de o trazer para junto de mim, e partilhá-lo com a minha cor maior.
Na segunda-feira prometo mostrar a foto do Xico, por enquanto aqui fica o
primo....

07 setembro 2005

Vale...



Depois de pensar, achei que ainda faz algum sentido continuar com este cantinho. Vou procurar mostrar mais as minhas cores, apesar de a cor maior estar sempre presente (ali em cima), vou tentar mostrar outras corezitas...
Está um pouco deprimente este cantinho, mas como diz o outro só lê quem quer.
Portanto....mais cores e dores, claro está (que eu tenho alma lusa, e como tal o fado persegue...ai fatalismo) ....

05 setembro 2005

Estava farta de pedir uma ajuda aos outros por meias palavras.
Alguns dos outros até a ouviam. Mas mais uma vez não perceberam. Nem podiam, ela disfarçava mesmo bem.
Só havia uma pessoa que a prendia à realidade. E não era por palavras, mas por gestos, sorrisos e carinhos.
Estava novamente no limbo, mas desta vez tinha dito. E a frase que ouviu foi um aguenta aí.
Ela aguentou. Até não poder mais. Foi aguentado tudo. Mentiu a ela própria, mas sabia, sabia tão bem que nunca iria ter paz, que iria sempre ser um fardo.
Uma coisa pesada na vida das pessoas. De todas as pessoas que aparecessem perto dela, da vida dela.
Nunca um verão lhe parecera tão escuro e longo. Pouco mais tinha para descobrir, pouco mais queria descobrir.
E já estava tão cansada. Faltava-lhe a coragem para dizer a tal palavra: A-Deus!

FIM


Se calhar chegou ao fim:
Ainda não sei se é mesmo o fim, fim...mas para já, penso nisso.

02 setembro 2005

Valerá a pena continuar?

Isto de ter um blog é esquisito.
Nunca achei que tivesse uma vida interessante para contar. Nunca achei que tivesse algo de interessante para dizer. Nunca achei que soubesse escrever. Então, para quê ter um blog? Ainda não consegui responder a esta pergunta. Acho que uma hipotética resposta está na minha sanidade mental. Ou seja, este cantinho é o meu escape de mim.
Quando tudo o resto parece estar a ficar insuportável, escrevo. Então, resolvi aliar isso ao facto de me expor: um dos meus maiores medos. A exposição e a avaliação sempre me aterrorizaram. Com este blog expio as minhas dores. Abro parte da minha vida, sempre à espera de uma crítica, daquelas que nos deita abaixo...lá bem ao fundo.
Acho que queria me confrontar para finalmente ler aquilo que penso de mim, para depois me dizer: vês? Eu não te disse, não vales mesmo nada.
Lá está a sanidade mental a dar de si....

No canto da boca, Canto

No canto da boca há um cigarro
No canto da boca há palavras mudas
No canto da boca há sorrisos enganados
No canto da boca há estórias perdidas
No canto da boca há beijos desfeitos
No canto da boca há tristeza oculta
No canto da boca há rezas prometidas
No canto da boca há certezas caladas
No canto da boca há músicas passadas

No canto da boca há tudo aquilo que ninguém vê.
Deixem-me no meu canto.

T3

Vende-se T3 em Alcochete, quem estiver interessado......deixe aqui a sua mensagem......