27 fevereiro 2006

A propósito

do post anterior lembrei-me desta música do Sérgio Godinho com Letra do Chico Buarque:

Um tempo que passou

Vou
uma vez mais
correr atrásde todo o meu tempo perdido
quem sabe, está guardado
num relógio escondido por quem
nem avalia o tempo que tem

Ou
alguém o achou
examinou
julgou um tempo sem sentido
quem sabe, foi usado
e está arrependido o ladrão
que andou vivendo com meu quinhão

Ou dorme num arquivo
um pedaço de vida
a vida, a vida que eu não gozei
eu não respirei
eu não existia

Mas eu estava vivo
vivo, vivo
o tempo escorreu
o tempo era meu
e apenas queria
haver de volta
cada minuto que passou sem mim

Sim
encontro enfim
iguais a mim
outras pessoas aturdidas
descubro que são muitas
as horas dessas vidas que estão
talvez postas em grande leilão

São
mais de um milhão
uma legião
um carrilhão de horas vivas
quem sabe, dobram juntas
as dores colectivas, quiçá
no canto mais pungente que há

Ou dançam numa torre
as nossas sobrevidas
vidas, vidas
a se encantar
a se combinar
em vidas futuras

Enquanto o vinho corre, corre, corre
morrem de rir
mas morrem de rir
naquelas alturas
pois sabem que não volta jamais
um tempo que passou

(Ou dançam numa torre...)

(Enquanto o vinho corre, corre, corre...)

Esta canção foi escrita a pensar nos tempos em que se está preso, recluso.....e eu nunca estive presa, nem a memórias...e ainda bem!

Carnaval

Há uns anos o meu Carnaval tinha um cheiro diferente. Eu tenho uma memória olfactiva e o Carnaval cheirava-me sempre a roupa guardada. O meu Carnaval cheirava a um misto de roupa guardada e a maquilhagem, cremes, sabor a batom na boca.
Todos os anos havia festa na escola e outras festas fora da escola.
Era uma agitação com os preparativos. Havia máscaras temáticas pelo grupo, mas também surpresas de última hora. Improvisos com creme nívea a fazer de gel/espuma modeladora no cabelo.
Gravatas e camisas do pai, coletes do avô. Ou então a bijutaria da mãe era sujeita a uma análise quase científica. O roupeiro dela também. Os sapatos sempre foram os meus, pois cedo ultrapassei os números pequenos das mulheres da família.
As festas eram em garagens, caves e adegas de casas de amigos devidamente decoradas para o efeito (leia-se carregadas de serpentinas e algumas máscaras nas paredes). Os amigos eram dos meus pais, e fazia-se grupos enormes com primos e amigos dos amigos. Iam vários carros, encontro marcado em casa dos meus pais para terminarem de se mascarar. Claro que as jovens adolescentes, como eu, iam para as festas dos velhotes porque iam também outras filhas e filhos de outros velhotes, amigos dos pais.
O meu Carnaval cheirava a cremes e maquilhagem e a roupa guardada. E significava quase sempre passar frio até começar a dançar (muito).
Com o tempo e a “emancipação” deixei-me dessas coisas, não só porque podia parecer totó por me divertir em festas com os meus cotas, mas também porque realmente conseguia encontrar outras coisas mais “giras” para fazer.
Hoje em dia não me parece que achasse lá muita piada a estas festas. Não me vejo a mascarar e a beber coca-cola numa garagem ou adega e muito menos a dançar: oh meu amigo charlie, oh meu amigo charlie brown…. Bom, agora que falo nisso….não sei....
Mas tenho saudades dos cheiros. Ok, provavelmente não será tanto do cheiro a mofo ou mesmo das “grandiosas” festas, mas da altura, da fase da minha vida, do tempo que passou.

23 fevereiro 2006

Problemas de Expressão,

Ou porque é que esta música está comigo desde que acordei?

Só pra dizer que te Amo,
Nem sempre encontro o melhor termo,
Nem sempre escolho o melhor modo.

Devia ser como no cinema,
A língua inglesa fica sempre bem
E nunca atraiçoa ninguém.

O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.

Só pra dizer que te Amo
Não sei porquê este embaraço
Que mais parece que só te estimo.

E até nos momentos em que digo que não quero
E o que sinto por ti são coisas confusas
E até parece que estou a mentir,
As palavras custam a sair,
Não digo o que estou a sentir,
Digo o contrário do que estou a sentir.

O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.

E é tão difícil dizer amor,
É bem melhor dizê-lo a cantar.
Por isso esta noite, fiz esta canção,
Para resolver o meu problema de expressão,
Pra ficar mais perto, bem mais de perto.
Ficar mais perto, bem mais de perto.


Letra de Carlos Tê.

14 fevereiro 2006

Dia dos Namorados II

Roubei descaradamente de um outro blog. Mas espero comemorar assim um dia dos namorados contigo.....
(não esperavas por esta?)

Dia dos Namorados

Nunca liguei muito a estas comemorações impostas.
Mas lá lhe comprei um presente. Apesar dos pesares até reconheço que merece....vá lá e também enviei um postalzito electrónico....Isto claro após o respectivo ter feito a surpresa e me ter convidado para almoçar num horário de almoço pouco convencional.

No meio

destes dias de tanto trabalho descubro gente interessante. Colegas novos com experiências engraçadas. Estou neste novo trabalho há muito pouco tempo, no entanto parece que já aqui estou há muito tempo. Já se criaram cumplicidades, private jokes e no entanto vai só fazer 4 meses que aqui estou. Por outro lado já desenvolvi, criei e implementei muitas coisas. Provavelmente o mesmo trabalho que num ano fiz num outro sítio. Faz bem. Sinto-me bem.
Claro que me queixo, ora bolas, não fosse eu portuguesa, não fosse eu lamurias, não fosse eu complicada das ideias....mas faz-me bem trabalhar. Ainda não sei se dá saúde, mas lá que entretém....