30 novembro 2009

sempre que precisares

Sempre que precisares estarei aqui no meu canto, a ver-te crescer. A dar-te as armas do amor e da razão para te defenderes dos outros. Não, não são maus. São apenas outras pessoas que sem saber magoam o coração. Se precisares estarei aqui a ver-te brilhar nas ondas grandes de outros mares. Tenho bóias e salva-vidas para te atirar. Espero-te na praia com a toalha limpa. Se precisares estarei aqui no meu canto a ver-te dançar, numa rumba de ideias e ideais, estou aqui neste canto do salão para te aplaudir e amparar. Se precisares, e quando precisares voar vou-te ajudar a colocar as asas brilhantes. Se precisares estou aqui, no meu canto, enquanto cresces, voas, brilhas e danças. Se precisares também tenho um beijo para te dar, filha.

Natal

lá fora já se aproxima o frio dos dias quentes de coração. Os dias em que estamos juntos finalmente daqueles que nos conhecem a vida toda. Dos dias em que ainda há em alguns olhos ilusões de estórias antigas. Os dias em que se é mais solidário. Os dias em que devemos estar juntos. Lá fora já há luzes que fazem brilhar olhares. Lá fora estão os carros e o fumo que sai da boca quente das pessoas. Lá fora há sacos, embrulhos de pequenos sorrisos. Durante anos e anos que estes pequenos sorrisos enchem grandes corações. Lá fora tiram-se fotos com os velhos vestidos de vermelho. Com barbas tão brancas de algodão. Os embrulhos com as fitas que os unem e rodopiam laços bonitos para os olhos, laçarotes que alimentam lareiras de cores eternas. Lá fora brinda-se com o vinho que está na mesa da casa, finalmente, a casa. Com cheiro a fritos de sonhos. Fica-se com o açúcar nos dedos. Fica-se com o açúcar no olhar, no coração. Lá fora já está o Natal. Cá dentro ainda se espera pelo saco de água quente que se finge que aquece o coração.