30 novembro 2009

Natal

lá fora já se aproxima o frio dos dias quentes de coração. Os dias em que estamos juntos finalmente daqueles que nos conhecem a vida toda. Dos dias em que ainda há em alguns olhos ilusões de estórias antigas. Os dias em que se é mais solidário. Os dias em que devemos estar juntos. Lá fora já há luzes que fazem brilhar olhares. Lá fora estão os carros e o fumo que sai da boca quente das pessoas. Lá fora há sacos, embrulhos de pequenos sorrisos. Durante anos e anos que estes pequenos sorrisos enchem grandes corações. Lá fora tiram-se fotos com os velhos vestidos de vermelho. Com barbas tão brancas de algodão. Os embrulhos com as fitas que os unem e rodopiam laços bonitos para os olhos, laçarotes que alimentam lareiras de cores eternas. Lá fora brinda-se com o vinho que está na mesa da casa, finalmente, a casa. Com cheiro a fritos de sonhos. Fica-se com o açúcar nos dedos. Fica-se com o açúcar no olhar, no coração. Lá fora já está o Natal. Cá dentro ainda se espera pelo saco de água quente que se finge que aquece o coração.

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