23 setembro 2008

os dragões não existem

Ontem sonhei com ele. Era alto e forte, o mais poderoso de todos. Não estava comigo, mas mandou por e-mail uma fotografia das suas voltas pelo mundo. Desta vez estava a abraçar um Dragão. O meu pai abraça dragões. Eu sei que os dragões não existem, mas em sonhos podem existir. Em sonhos podemos abraçar quem quisermos. Em sonhos.
O meu pai, esse homem, que acho que já vi. O meu pai, esse homem que a minha mãe nem quer ouvir falar. Mas anda na volta ao mundo, nas viagens sem fim. Um dia, sei bem, que vem tocar à minha porta e levar-me para andar num barco grande, e nesse dia sei que o vou abraçar, mas não em sonhos.
O meu pai anda pelo mundo, e tenho a certeza que já me escreveu um postal. Perdeu-se no correio, com as cartas todas que já me enviou. O meu pai, que nem uma fotografia eu tenho com ele. Abraça Dragões, viaja pelo mundo. E um dia vem cá ter comigo, viaja para perto de mim. Pára de fugir pelo mundo e vem para mim. Nesse dia, roubo todas as prendas do dia do pai que fiz na escola e ofereci à minha mãe. Nesse dia, passeio orgulhosa com ele de mão dada, mostro todas as fotos dos meus nove aniversários e peço-lhe um beijo. Nesse dia acredito em Dragões e em fadas.

2 comentários:

Anónimo disse...

é um mundo de fadas e dragões e poucos principes encantados.

mas ha muito sol e flores.

mána

Rogerio R Ferreira disse...

e tb cores se calhar é preciso deixar correr um pouco o tempo, não?