08 setembro 2005

O Xico

De vez em quando ando por aí a ver os blogs alheios. E já se sabe: blog puxa blog, e qual não é o meu espanto que assim sem mais, dou de caras com o Xico. Olhei bem e vi que realmente não era o meu Xico, mas outro, um primo.

Segundo reza a história, neste caso a memória materna, o Xico foi o meu primeiro boneco. Ficou com o nome de Xico porque foi oferecido pela prima Xica.
O Xico não era meu confidente, eu nunca fui muito de falar para o boneco, pelo menos para este. Nem me lembro de grandes brincadeiras com ele.
O Xico era mais um espectador. Lá estava ele, ora em cima da cama, ora numa prateleira, que me lembre, nunca foi boneco de ir para os baús das arrumações rápidas de brinquedos. Curiosamente nunca o dei, foi sempre ficando.
Era realmente um voyer, deve saber tudo da minha vida. É da família ou daqueles amigos eternos. Está sempre lá. Nem se questiona a sua presença. Quando saí de casa, o Xico ainda esteve para ir viver comigo para o outro lado do rio. Porém, achei que lhe devia a emancipação e ofereci-lhe a estada numa casa só para ele, eventualmente perturbado aos fins-de-semana e algumas férias pelos meus pais, mas ainda assim, como é no campo, tem tempo de sobra para o descanso. Não que ele esteja muito abatido ou gasto pelo tempo (se bem que 32 anos é muito na vida de boneco), o único senão é estar já há uns anos um bocado coxo...

Às vezes sabe tão bem ver que temos um Xico nas nossas vidas. É a almofada da ternura das memórias, doce, quente, cheirosa, familiar.

PS: Obrigada Anna, o primo do Xico, relembrou-me que está na altura de o trazer para junto de mim, e partilhá-lo com a minha cor maior.
Na segunda-feira prometo mostrar a foto do Xico, por enquanto aqui fica o
primo....

1 comentário:

Anónimo disse...
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