16 novembro 2005

Desabafo caseiro

Gosto da minha casa e do sítio onde moro. Quando estive desempregada gastei muita saliva a dizer que aquilo era uma pasmaceira. E era, relamente. É uma aldeia, com uma única mercearia e com muitos cafés para a população residente.
A minha casa é longe do meu emprego, da casa dos meus país e da casa dos meus sogros. Todos os dias faço a ponte Vasco da Gama. Todos os dias pago 2 € de portagem. A minha filha fica com a minha mãe, torna-se muito cansativo e perde-se muito tempo. Razões que nos levaram a pensar trocar de casa. Encontrámos uma, perto dos meus país, mais velha que a minha, mais cara e mais feia. As áreas são melhores e o que torna a casa feia é disfarçado com obras de pouca monta.
Tenho pena de mudar. Onde moro há campo, há rebanhos, há relva, há pássaros (para além dos pombos) há calma, muita. Era o sítio ideal para a Carocas brincar. Tem espaço.
Mas fazendo as contas, não sei se compensa o dinheiro em gasolina, portagens e desgaste de carro e claro, o tempo, as horas. Porque só ao fim-de-semana é que estamos em casa (quando estamos). Não usufruímos da casa, nem do sítio. De semana chegamos sempre perto das 8 da noite. Acabo por não estar com a minha filha tempo nenhum de qualidade. Na outra possível casa, demoro 15 minutos a chegar ao emprego. Agora, levanto-me às 6:45 e chego ao emprego sempre depois das 9.
Vou ter saudades da minha casa, se mudar. Vou ter saudades dos vizinhos. Mas se calhar tenho o meu dia-a-dia facilitado e mais umas horinhas de filha só para mim.

1 comentário:

Anónimo disse...

também adoro o sítio, mas tens lotes de razão, coitadas das duas e mais um, perdão, dois!