Os cravos já não brilham, amor
Os cravos já não brilham
Ficaram opacos
Eram vermelhos, lembras-te?
Ficaram cinzentos
Não chegaram a murchar
Mudaram de cor
Não chegaram a morrer
Ficaram tristes
Dizem que é normal
Dizem que é a evolução
Dizem que é natural
Dizem que é amadurecer
Passou ainda tão pouco tempo
E já há tanto esquecimento
Passou ainda tão pouco tempo
E já há tanta indiferença
A vida passa, corre
Dizem alguns.
E ficam parados a vê-la acontecer
Quando sequer a avistam!
E vão passar mais anos, amor
E vão passar mais pessoas, amor
E vamos olhar para os cravos
E quem sabe se, um dia, voltam a avermelhar
Com(o) o sangue
Com(o) o amor
Com(o) a paixão
Com(o) a vontade de colorir e mudar as nossas vidas
Lisboa, 5 de Maio de 2005
3 comentários:
Adorei este poema.
Acho espetacular.
Aguardo com ansiedade novos versos.
e pensar que sou eu que te ensino tuuudo da vida.....
kórgulho!
rita, a mána
Olá Rita
És uma poetisa de mão cheia e mente perspicaz. Uma bela analise do estado actual de Portugal com base na maior virada de página que esse belo país deu nos ultimos tempos. Eles podem ter perdido a cor e a vivacidade sim mas ainda são a grande referencia para a tua analise. Esses cravos te deram o direito a ter direito...até mesmo o de escrever sobre eles.
Beijão prima
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